domingo, 31 de julho de 2011

O Amor do Cavalo Selvagem*

Você tem uma bela fazenda, e de repente um cavalo selvagem salta e entra nas suas terras, ele é tão fascinante, que você fica fantasiando com a possibilidade do cavalo deixar você se aproximar, tocar e quem sabe até mesmo poder cavalgá-lo. Para seu espanto o cavalo volta todos os dias, e pouco a pouco seus desejos se realizam, o cavalo deixa que se aproxime, deixa que o toque e num belo dia você mal acredita, pois o cavalo permitiu que cavalgasse nele.
Você começa a perceber que o cavalo voltará todos os dias, fica contando os segundos, os minutos e as horas que faltam para ele voltar, nem sequer acredita que algo tão incrível esteja acontecendo.
Mas você começa a se sentir inseguro, tem medo que ele não volte, e constrói um estábulo para prendê-lo, depois de um tempo que o cavalo esta preso, lentamente ele vai perdendo o tônus muscular, perdendo o garbo e ficando sem o glamour que o atraiu, você já não o visita com a mesma frequência, e já não se interessa por ele como se interessava antes. Ele está lá preso, e a mercê de seus humores e caprichos, mas você, já não senti o mesmo por ele, e mesmo assim não o solta, deixa lá, preso e esquecido. E sabe o porquê? Porque você não sabe mais, se o cavalo esta lá porque quer ou porque você o prendeu!
Já reparou que a maioria ama assim, primeiro se encanta, depois fantasia e deseja, e quando suas fantasias e desejos se realizam, elas simplesmente prendem, até esquecer quem está lá, até perder o interesse,  e mesmo assim quando não se interessar mais, vai continuar a prender, por simples insegurança e capricho.
Acontece que este tipo de amor não me interessa. Não me interessa que me prendam, e eu não tenho interesse nenhum em prender, o meu maior prazer será encontrar um amor e deixá-lo livre, e mesmo ele sendo livre, ele escolher estar comigo, e eu sei que ele esta ali porque quer e não porque eu o prendi, e ele sabe que eu estou ao lado dele, porque eu quero e não porque estou presa, só assim, somente deste modo será amor para mim.

Marise Lima Muniz

Nota do autor* Eu sempre contei esta estória para os meus amigos, eu a criei para ilustrar o único tipo de amor que posso oferecer e posso aceitar, e muitos pediram para que eu escrevesse, pois queriam mostrar para esta ou aquela pessoa. Caros amigos, aqui está, usem e abusem desta estória.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Horas sem Poemas

Um poema por dia
Um poema a cada hora
Poema... Horas... Ora um poema!
Anos sem poemas
Quantas poesias assassinadas
Quantos suspiros sem palavras
Quanto silêncio ocupando
Tanto espaço
Dez anos sem poemas...
Na rotina não tem poesia
Um poema a cada hora
Tentando compensar
Tanto espaço vazio
Espaço vazio... das horas...
Sem poemas...
(06/07/1992)

Marise Lima Muniz

terça-feira, 26 de julho de 2011

Buraco Negro


Já me senti triste, tantas vezes, incontáveis vezes em minha vida, mas não como hoje, não como esta tristeza que sinto agora, ela é silenciosa, não quer reclamar, nem comentar sobre o porquê. Ela é como um turbilhão de infinitas sensações e pesares, ela parece estar no fundo do meu ser, em um lugar que nem eu mesmo conheço, inacessível, irascível, no entanto marcante e tão profunda, que tenho a sensação de afundar dentro de um lugar, dentro de mim mesma. Sinto sono, durmo e não descanso, sinto cansaço, um cansaço sem justificativa, o repouso não soluciona, a meditação se desvanece, a calma evapora, aguardo silenciosa, silêncio este de uma morbidez sinistra, uma calma evaporada refletida no meu semblante, uma agonia contida sem forças para se expressar.
Memórias, perguntas, lágrimas e de novo o cansaço; um cansaço grotesco, descomensurado. Não quero chorar, estou cansada demais para lastimar, contemplativa sem forças e sem vontade de reagir ou compreender.
Já procurei respostas, justificativas; já dissequei minha alma, minha vida.
Já passei noites e dias, meses e anos tentando compreender, buscando respostas, fazendo perguntas, decifrando enigmas.
Acho que dei a resposta errada para a esfinge, e agora, e há muito tempo, e de dentro para fora, aos poucos, bem devagar ela me devora. Quem sabe neste momento minhas emoções misteriosas e insondáveis começam a implodir. Quem sabe como estrela atrevida brilhei demais, queimei demais, me consumi numa implosão de luzes e cores e não consigo suportar o indecifrável buraco negro que me tornei. (04/12/2002)

Marise Lima Muniz

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ausência

Caí do seu colo
Uma ausência me invadiu
Fiquei muda, me tornei distante
Distante das palavras
Próxima demais do silêncio
Não gosto do silêncio
Ele faz muito barulho
No silêncio o vento grita
A respiração sufoca
O ar acaba
Mas não é a morte
Apenas desmaiei
Desmaiei na sua ausência
Por favor, me apanhe
Me apare com suas mãos
Não me deixe cair no chão...
Bonecas* quebradas...
Brinquedos jogados...
Insetos a espreita...
E um piso frio demais...
                          
Bonecas* mortas, envenenadas com “formicida”.(05/07/1992)
                                           
Marise Lima Muniz

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Elaihan, a Alma de Deus

Era uma vez uma alma... Sim! É isto mesmo “uma alma”, é sobre isto que vamos divagar, mas não vale citações ou verbetes de grandes autores, que já escreveram sobre o tema, já reparou que para seguir as metodologias estabelecidas, a maioria acabou se transformando em meros copistas.
É bom refletir sobre isto, pois pouco a pouco, muitos ficaram com medo de pensar por si mesmos, e para sentirem-se melhor, citam autores renomados, e transformam suas teses em releitura da idéia dos outros, é claro também, que há grupos que defendem metodologias não convencionais, para nossa sorte e alivio.
Mas o que vou escrever não é uma tese, longe disto, só achei que seria bom libertar o leitor da tirania dos caminhos pré-estabelecidos, para que possa seguir comigo de um modo leve e descompromissado.
A alma desta história é a minha própria alma, mas saber que a sua alma me acompanhará agrada-me e muito, e permite que eu acredite que juntos podemos ir mais longe que o normal.
Então podemos prosseguir com o nosso clássico e velho conhecido:
- Era uma vez... Elaihan, a alma de Deus, não me perguntem o que o nome significa, pois não tenho a mínima idéia, só sei que soa como um nome divino e isto é muito inspirador.
Os que conheciam o corpo de Elaihan alegavam que ela sempre fora mais espírito do que matéria, mas isto era justificável por uma condição inata, ela sempre encontrou o que buscava no espírito e começou a meditar ainda muito nova, desenvolveu grande disciplina espiritual, que estabelecia uma linha direta com seu lado material, e por conseqüência sua disciplina material era igual a sua disciplina espiritual, isto também é muito inspirador! Uma vez que disciplina significa senhor de si mesmo.
O corpo de Elaihan se esmerou em estabelecer comunhões interiores, ele uniu em si mesmo valores que a priori são considerados antagônicos, ele transformou estes valores em amantes, uniu luz e sombra, uniu feminino e masculino, uniu seus anjos e seus demônios e seu Eu material com seu Eu espiritual, todos com um exemplar equilíbrio na mais perfeita harmonia.
Com tal postura ela quis entender o bem e o mal, e lhes asseguro que conseguiu, ela sabia que os dois eram ilusões, mas não era uma ilusão comum, uma vez que seis bilhões de pessoas acreditavam nestes valores duais, e nestes combates milenares entre forças antagônicas e ancestrais. Descobriu por si mesma, pois era mania dela ser assim, ela adorava pensar por conta própria (para aqueles que discordam de sua dedução, não se preocupem, afinal este é o conto de fadas de Elaihan, a alma de Deus e não precisa ser levado tão a serio assim). Imagino que esteja curioso para saber qual foi à resposta que ela encontrou em dilema tão antigo, vou lhes contar:
- Ela descobriu que o mal era a “Ausência de amor” e o bem era a “Ausência da verdade”, pois se o bem conhecesse a verdade, não deixaria faltar amor para o mal, e se o mal recebesse o amor que lhe falta, poderia então conhecer a verdade, assim o bem perceberia seu engano e resgataria a verdade perdida, e estas forças que duelam desde tempos ancestrais, se uniriam e se compreenderiam mutuamente, era isto que ela achava, e era isto que ela acreditava.
Imagino que esteja pensando, o que aconteceu com o personagem principal desta história, calma, não se apresse, eu já chego lá.
Neste ponto depois de tantas comunhões, tanta harmonia e tanto entendimento, o Eu do espírito e o Eu da matéria resolveram fazer um acordo, e trocar de lugar, já que a comunicação dos dois era tão boa, e assim foi feito, o espírito veio para o mundo da matéria e a matéria foi para o mundo do espírito que ele considerava ser o mundo das energias, o propósito desta troca era que; o espírito traria para a matéria a consciência de tudo aquilo que ele representava, e a matéria sabendo das necessidades do corpo, poderia ajudar melhor, vivenciando mais profundamente o mundo da energia e dando um suporte maior para o espírito em relação às necessidades do corpo.
É justamente neste momento que Elaihan vai entrar nesta história, de repente a consciência do corpo não era mais a mesma, e o corpo observou que havia alguém por trás de todas aquelas percepções, e começou a esmiuçar para saber quem era aquele, que facilitou tanto, este encontro e comunhão perfeita da matéria com o espírito. Neste momento com estas forças unidas, o corpo medita e descobre que o responsável pela aquela conquista inusitada era na verdade a alma.
Nesta etapa preciso começar um parágrafo novo, você vai entender o por quê?
- O corpo reparou que praticamente todas as suas escolhas eram feitas a partir da alma, amigos eram reconhecidos pela alma, seus estudos pesavam isto em primeiro lugar, o que a alma reconhecia era pego, o resto deixado para lá, e assim foi, mas havia algo estranho, se perguntassem ao corpo: - O que era o espírito? Ele desandaria a explicar sem a menor dificuldade, mas se a pergunta fosse: - O que é a alma? O Silêncio era sepulcral, nem um só pensamento lhe vinha na alma, reparou esta estranheza, o corpo sempre citava a alma em minúcias no seu dia a dia, a alma gosta, a alma não gosta etc. e tal, era sempre assim, mesmo sem saber quem ela era.
A primeira coisa a ser feita era mergulhar dentro de si, em busca da própria alma, descobrir quem ela era, mas antes de mergulhar o corpo resolveu dar uma espiada no que estavam dizendo por ai a respeito da alma.
Ah! O corpo também gostava de pesquisar, e fez isto, para saber o que era a alma, mas não achava nada que o convencesse, a verdade era que o único modo de saber quem era a alma, seria indo atrás dela e a conhecendo, já que ela se manifestava em todas as suas escolhas, e assim foi feito.
O corpo descobriu que a alma tinha um nome, ela se chamava Elaihan e dizia ser a alma de Deus, Elaihan explicou para o corpo que Deus não era propriamente um ser, Deus era na verdade ser, Elaihan explicou também, que o sentido de Deus era o sentido da unidade, de saber que você estava em tudo e tudo estava em você, que se levássemos este sentido a sério, não deixaríamos ninguém sentir fome, pois nos veríamos naquele faminto, não deixaríamos existir a pobreza, indiferença ou coisas assim, porque estaríamos naquele ser, você estaria em cada coisa a sua volta, e cada coisa estaria em você.
Elaihan começou a explicar coisa por coisa, disse que literalmente a única possibilidade de conhecer Deus era conhecer-se, que o ser humano buscava tudo fora, e por isso nunca achava nada, e também nunca assumia a responsabilidade de seus atos, se recebia o bem, era de uma força superior, se recebia o mal, era de uma força inferior, e assim continuava a dividir tudo, sem nunca parar de fazê-lo.
Elaihan me pediu para imaginar, disse assim:
- Imagine um lugar que sempre existiu, sempre existe e sempre existira, um lugar que não tem começo, nem meio, nem fim, mas este lugar não esta fora de você, não é uma coisa que num dado momento foi criada, mas sim coisas que sempre existiram, e aos poucos foram se adaptando e se aprimorando, imagine que neste lugar não existe hierarquia e sim sinergia, mais que isto, existe um  sentido de unidade e amizade transcendente, pense no seu corpo e perceba que a sua saúde depende da união e harmonia, não há nada nele que seja desprezível ou descartável, imagine que cada órgão do seu corpo represente um atributo de poder, mas ninguém pode ter domínio sobre ninguém, quando isto acontece você fica doente, quando um órgão resolve comandar o outro, seu corpo adoece. Pense também no sentido físico da energia, as fronteiras entre uma coisa e outra é pura ilusão, se perceber que faz parte de tudo, verá que nunca esta só, que o poder de tudo esta em você, mas ele só pode se expressar se acreditar em si mesmo de um modo que nunca foi capaz antes, e isto significa se aceitar e ter respeito próprio. Perceba de uma vez por todas que o mal não existe de fato, o que existe e criou tantas tragédias, foi o medo, mas não o medo racional, daquilo que podemos ver, e que de fato temos que nos proteger, e sim o medo sem sentido, e os filhos do medo que são o preconceito, a inveja, a raiva, o ódio, a indiferença, a crueldade etc., são muitos os filhos do medo, difícil até de nomear, é como se este tipo de medo estivesse acoplado nas minhas costas disse Elaihan, e é ele que cega a humanidade e não permiti que ela evolua na alma, da mesma forma que evolui na tecnologia. Agora pense em você, e saiba que seu corpo tem a memória de tudo o que o antecede, ele não é a minha prisão, ele não é descartável ou coisa suja e mundana, pois tudo a sua volta desde tempos imemoriais foi construído pelo seu corpo, e perceba que ele carrega a paz de saber que é eterno, ao contrário do que se diz ou se imagina, pois apesar do corpo um dia morrer, ele continuara a fazer parte de tudo, será alimento de tudo que o alimentou, será adubo de todas as plantas que o serviram, então na renovação de tudo ele retorna, em cada coisa viva que se renova incessantemente.  
É importante que entenda este conceito da forma mais profunda que for capaz, e entendendo isto verá que se sou Elaihan, a alma de Deus, você sendo meu corpo é na verdade o corpo de Deus, e seu espírito é na verdade o espírito de Deus, e poderá concluir que você é uma centelha divina, e como se fosse a gota de um oceano, você é a gota, mas também é o oceano, o oceano que a alma representa, porque é a alma de tudo e de todos, mas é a sua alma também, e se libertará da ilusão de estar fora das coisas, e perceberá que seu universo interior não difere em nada dos universos a sua volta.
E foi com esta última observação que o corpo entendeu o que era a alma, a sua, a minha e a de todos nós, descobrindo então o que ela era, o corpo realizou a comunhão final com a alma e com todo o sentido da vida e sentiu-se completo e feliz, sentiu-se digno e realizado, satisfeito com o resultado de sua busca, mas no outro dia ele pensou:- O que será que é o inconsciente? Porque não temos consciência dele? Acho melhor ir atrás investigar!
Mas isto é uma outra história...
 Marise Muniz

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um Certo Tipo de Jardim

Um belo dia você percebe que tem vivido como uma folha ao vento, se tudo está bem você está bem, se tudo está mal você está mal, e começa a pensar no que isto realmente significa, percebe cada nuance do seu dia, lembra que ontem você se sentia muito feliz, mas uma coisa ali, outra coisinha lá e pronto, sua felicidade tão efêmera e diáfana se desfez ao vento dos movimentos do dia. Então pensa em suas emoções como se fossem plantas de um jardim, e percebe que todos estão fuçando no seu jardim, para deixá-lo feliz ou muito infeliz, mas são tantas plantas, tantos sentimentos, que acaba observando que apesar da variedade, você sem perceber dá prioridade para certo grupo de plantas, e fica impressionada ao constatar que cultiva com muito esmero um insignificante grupo, percebe que capricha demais na tristeza, quase sempre você esta lá regando ela, e se não tomar cuidado ela vai dominar seu jardim e como uma erva daninha pode destruir seu jardim. Então você começa a ponderar, sobre as plantas que se destacam, o quanto nos dias de hoje a sua raiva é regada, o quanto a sua impaciência é adubada, mas olha e pensa “tem tantas plantas aqui, porquê me restrinjo a tão poucas”, e entende que como jardineiro tem sido muito descuidado. Sabe que não pode ser negligente, com nenhuma planta, todas são importantes, todas são necessárias, são sinais que seu corpo dá daquilo que ele recebe, e como cada coisa que ele recebe o afeta. Mas é melhor refletir mais sobre seu jardim, para aqueles sentimentos que desencadeiam sofrimento e dor, você pode usar uma minúscula jardineira, para que caso, eles se tornem necessários, você não fique frio e indiferente, naquilo em que eles se aplicam de fato, então você vai lá e pega uma pequenina folha, o suficiente para entender aquilo que sentiu. Mas veja que nada lhe impede de criar um jardim de verdade, com tudo o que quer como algo mais constante e permanente, sem ficar a mercê de tudo que esta fora de você. Veja que pode escolher o que plantar e o que cuidar, pode ter alegria em quatro estações, sendo assim quando uma terminar de florir, outra flor começará em seu lugar, pode plantar bons frutos de vitória, plantar e cultivar saúde com cuidados desdobrados, não poderá esquecer nada que importa ou deseja de verdade, e terá que ser um ótimo jardineiro, não poderá deixar que as pessoas baguncem seu jardim o tempo todo, tem que saber que esta tarefa de regar e cuidar de suas emoções “é sua”. Para ajudar é bom lembrar da existência do melhor adubo do mundo, o amor, e também lembrar que aquele que pisoteia a sua planta, pisoteia na verdade a planta de qualquer um, pois é a natureza dele, e isto não tem nada a ver com você (eu sei que são pragas rsrsrs... ), mas se conseguir um bom equilíbrio e uma grande harmonia entre as plantas do seu jardim, tudo ficará bem, há plantas inclusive que afastam pragas, embora um jardim bem cuidado não sofra com isto, pois um jardim de verdade tem que ser cuidado todos os dias, e tem que ser um jardim de quatro estações.
Agora você já se perguntou hoje, o que esta regando e cultivando insistentemente, o tempo todo no seu jardim?   

Marise Muniz

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O Sonho de Deus

        -Imagine que você realmente criou um mundo, não foi uma criação qualquer, foi um grande ato, criou um universo, criou tudo perfeito, atingiu o ápice do sentido de “Beleza”, veja que neste mundo; as paisagens, as cores dos animais e as formas entre outras coisas, são magicamente lindas. Você também criou a paz, a ordem e a harmonia e tudo era perfeito, então criou seres que tinham uma percepção diferente e que tinham a habilidade de poder entender e admirar sua criação (pode ter sido pura vaidade sua, coisa pela qual pagou bem caro), estes seres desencadeiam um processo de destruição e desordem, ao invés deles admirarem o que você fez, eles quiseram ser você.
Você tem o poder de Deus, olha para tudo e vê destruído, vê injustiça, fome, medo, crueldade, guerra, doença etc... ou seja, vê a decadência de tudo encarnada e manifesta. 
Você pode num estalar de dedos, aliás, nem precisa estalar os dedos, você pode num simples pensar restaurar tudo, tornar tudo perfeito de novo, mas você não faz nada, não faz nada porque sabe que qualquer coisa que fizer qualquer resultado que obter, será apenas uma ilusão. Sabe qual a pior parte de tudo isto; é que a evolução da sua criação perfeita, o resultado desta evolução foi a decadência absoluta daquilo que criou, um mundo predador, aonde a vida se alimenta da vida, e os que deveriam ser os seus favoritos, são justamente os que “passo a passo” ameaçam destruir tudo o que você criou, você sendo Deus nem consegue entender o por quê? De eles manterem um arsenal de bombas atômicas capaz de destruir o mundo 36 vezes, quando ele é apenas um, apenas e simplesmente um.
                                         
Marise Muniz