quinta-feira, 7 de julho de 2011

Elaihan, a Alma de Deus

Era uma vez uma alma... Sim! É isto mesmo “uma alma”, é sobre isto que vamos divagar, mas não vale citações ou verbetes de grandes autores, que já escreveram sobre o tema, já reparou que para seguir as metodologias estabelecidas, a maioria acabou se transformando em meros copistas.
É bom refletir sobre isto, pois pouco a pouco, muitos ficaram com medo de pensar por si mesmos, e para sentirem-se melhor, citam autores renomados, e transformam suas teses em releitura da idéia dos outros, é claro também, que há grupos que defendem metodologias não convencionais, para nossa sorte e alivio.
Mas o que vou escrever não é uma tese, longe disto, só achei que seria bom libertar o leitor da tirania dos caminhos pré-estabelecidos, para que possa seguir comigo de um modo leve e descompromissado.
A alma desta história é a minha própria alma, mas saber que a sua alma me acompanhará agrada-me e muito, e permite que eu acredite que juntos podemos ir mais longe que o normal.
Então podemos prosseguir com o nosso clássico e velho conhecido:
- Era uma vez... Elaihan, a alma de Deus, não me perguntem o que o nome significa, pois não tenho a mínima idéia, só sei que soa como um nome divino e isto é muito inspirador.
Os que conheciam o corpo de Elaihan alegavam que ela sempre fora mais espírito do que matéria, mas isto era justificável por uma condição inata, ela sempre encontrou o que buscava no espírito e começou a meditar ainda muito nova, desenvolveu grande disciplina espiritual, que estabelecia uma linha direta com seu lado material, e por conseqüência sua disciplina material era igual a sua disciplina espiritual, isto também é muito inspirador! Uma vez que disciplina significa senhor de si mesmo.
O corpo de Elaihan se esmerou em estabelecer comunhões interiores, ele uniu em si mesmo valores que a priori são considerados antagônicos, ele transformou estes valores em amantes, uniu luz e sombra, uniu feminino e masculino, uniu seus anjos e seus demônios e seu Eu material com seu Eu espiritual, todos com um exemplar equilíbrio na mais perfeita harmonia.
Com tal postura ela quis entender o bem e o mal, e lhes asseguro que conseguiu, ela sabia que os dois eram ilusões, mas não era uma ilusão comum, uma vez que seis bilhões de pessoas acreditavam nestes valores duais, e nestes combates milenares entre forças antagônicas e ancestrais. Descobriu por si mesma, pois era mania dela ser assim, ela adorava pensar por conta própria (para aqueles que discordam de sua dedução, não se preocupem, afinal este é o conto de fadas de Elaihan, a alma de Deus e não precisa ser levado tão a serio assim). Imagino que esteja curioso para saber qual foi à resposta que ela encontrou em dilema tão antigo, vou lhes contar:
- Ela descobriu que o mal era a “Ausência de amor” e o bem era a “Ausência da verdade”, pois se o bem conhecesse a verdade, não deixaria faltar amor para o mal, e se o mal recebesse o amor que lhe falta, poderia então conhecer a verdade, assim o bem perceberia seu engano e resgataria a verdade perdida, e estas forças que duelam desde tempos ancestrais, se uniriam e se compreenderiam mutuamente, era isto que ela achava, e era isto que ela acreditava.
Imagino que esteja pensando, o que aconteceu com o personagem principal desta história, calma, não se apresse, eu já chego lá.
Neste ponto depois de tantas comunhões, tanta harmonia e tanto entendimento, o Eu do espírito e o Eu da matéria resolveram fazer um acordo, e trocar de lugar, já que a comunicação dos dois era tão boa, e assim foi feito, o espírito veio para o mundo da matéria e a matéria foi para o mundo do espírito que ele considerava ser o mundo das energias, o propósito desta troca era que; o espírito traria para a matéria a consciência de tudo aquilo que ele representava, e a matéria sabendo das necessidades do corpo, poderia ajudar melhor, vivenciando mais profundamente o mundo da energia e dando um suporte maior para o espírito em relação às necessidades do corpo.
É justamente neste momento que Elaihan vai entrar nesta história, de repente a consciência do corpo não era mais a mesma, e o corpo observou que havia alguém por trás de todas aquelas percepções, e começou a esmiuçar para saber quem era aquele, que facilitou tanto, este encontro e comunhão perfeita da matéria com o espírito. Neste momento com estas forças unidas, o corpo medita e descobre que o responsável pela aquela conquista inusitada era na verdade a alma.
Nesta etapa preciso começar um parágrafo novo, você vai entender o por quê?
- O corpo reparou que praticamente todas as suas escolhas eram feitas a partir da alma, amigos eram reconhecidos pela alma, seus estudos pesavam isto em primeiro lugar, o que a alma reconhecia era pego, o resto deixado para lá, e assim foi, mas havia algo estranho, se perguntassem ao corpo: - O que era o espírito? Ele desandaria a explicar sem a menor dificuldade, mas se a pergunta fosse: - O que é a alma? O Silêncio era sepulcral, nem um só pensamento lhe vinha na alma, reparou esta estranheza, o corpo sempre citava a alma em minúcias no seu dia a dia, a alma gosta, a alma não gosta etc. e tal, era sempre assim, mesmo sem saber quem ela era.
A primeira coisa a ser feita era mergulhar dentro de si, em busca da própria alma, descobrir quem ela era, mas antes de mergulhar o corpo resolveu dar uma espiada no que estavam dizendo por ai a respeito da alma.
Ah! O corpo também gostava de pesquisar, e fez isto, para saber o que era a alma, mas não achava nada que o convencesse, a verdade era que o único modo de saber quem era a alma, seria indo atrás dela e a conhecendo, já que ela se manifestava em todas as suas escolhas, e assim foi feito.
O corpo descobriu que a alma tinha um nome, ela se chamava Elaihan e dizia ser a alma de Deus, Elaihan explicou para o corpo que Deus não era propriamente um ser, Deus era na verdade ser, Elaihan explicou também, que o sentido de Deus era o sentido da unidade, de saber que você estava em tudo e tudo estava em você, que se levássemos este sentido a sério, não deixaríamos ninguém sentir fome, pois nos veríamos naquele faminto, não deixaríamos existir a pobreza, indiferença ou coisas assim, porque estaríamos naquele ser, você estaria em cada coisa a sua volta, e cada coisa estaria em você.
Elaihan começou a explicar coisa por coisa, disse que literalmente a única possibilidade de conhecer Deus era conhecer-se, que o ser humano buscava tudo fora, e por isso nunca achava nada, e também nunca assumia a responsabilidade de seus atos, se recebia o bem, era de uma força superior, se recebia o mal, era de uma força inferior, e assim continuava a dividir tudo, sem nunca parar de fazê-lo.
Elaihan me pediu para imaginar, disse assim:
- Imagine um lugar que sempre existiu, sempre existe e sempre existira, um lugar que não tem começo, nem meio, nem fim, mas este lugar não esta fora de você, não é uma coisa que num dado momento foi criada, mas sim coisas que sempre existiram, e aos poucos foram se adaptando e se aprimorando, imagine que neste lugar não existe hierarquia e sim sinergia, mais que isto, existe um  sentido de unidade e amizade transcendente, pense no seu corpo e perceba que a sua saúde depende da união e harmonia, não há nada nele que seja desprezível ou descartável, imagine que cada órgão do seu corpo represente um atributo de poder, mas ninguém pode ter domínio sobre ninguém, quando isto acontece você fica doente, quando um órgão resolve comandar o outro, seu corpo adoece. Pense também no sentido físico da energia, as fronteiras entre uma coisa e outra é pura ilusão, se perceber que faz parte de tudo, verá que nunca esta só, que o poder de tudo esta em você, mas ele só pode se expressar se acreditar em si mesmo de um modo que nunca foi capaz antes, e isto significa se aceitar e ter respeito próprio. Perceba de uma vez por todas que o mal não existe de fato, o que existe e criou tantas tragédias, foi o medo, mas não o medo racional, daquilo que podemos ver, e que de fato temos que nos proteger, e sim o medo sem sentido, e os filhos do medo que são o preconceito, a inveja, a raiva, o ódio, a indiferença, a crueldade etc., são muitos os filhos do medo, difícil até de nomear, é como se este tipo de medo estivesse acoplado nas minhas costas disse Elaihan, e é ele que cega a humanidade e não permiti que ela evolua na alma, da mesma forma que evolui na tecnologia. Agora pense em você, e saiba que seu corpo tem a memória de tudo o que o antecede, ele não é a minha prisão, ele não é descartável ou coisa suja e mundana, pois tudo a sua volta desde tempos imemoriais foi construído pelo seu corpo, e perceba que ele carrega a paz de saber que é eterno, ao contrário do que se diz ou se imagina, pois apesar do corpo um dia morrer, ele continuara a fazer parte de tudo, será alimento de tudo que o alimentou, será adubo de todas as plantas que o serviram, então na renovação de tudo ele retorna, em cada coisa viva que se renova incessantemente.  
É importante que entenda este conceito da forma mais profunda que for capaz, e entendendo isto verá que se sou Elaihan, a alma de Deus, você sendo meu corpo é na verdade o corpo de Deus, e seu espírito é na verdade o espírito de Deus, e poderá concluir que você é uma centelha divina, e como se fosse a gota de um oceano, você é a gota, mas também é o oceano, o oceano que a alma representa, porque é a alma de tudo e de todos, mas é a sua alma também, e se libertará da ilusão de estar fora das coisas, e perceberá que seu universo interior não difere em nada dos universos a sua volta.
E foi com esta última observação que o corpo entendeu o que era a alma, a sua, a minha e a de todos nós, descobrindo então o que ela era, o corpo realizou a comunhão final com a alma e com todo o sentido da vida e sentiu-se completo e feliz, sentiu-se digno e realizado, satisfeito com o resultado de sua busca, mas no outro dia ele pensou:- O que será que é o inconsciente? Porque não temos consciência dele? Acho melhor ir atrás investigar!
Mas isto é uma outra história...
 Marise Muniz

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